24 de jun. de 2010

A VELHA PONTE



Por Luiz Rogério de Carvalho

Durante décadas a ponte Hercílio Luz, de Florianópolis, como única ligação entre a ilha e o continente, cantada em prosa e versos, fotografada por milhares de turistas, pairando altaneira sobre o mar que separa o continente do lindo “pedacinho de terra”, também ficou conhecida como o mais bonito cartão postal da capital catarinense.
Com o aumento do número de veículos que por ela passava, e com o desgaste natural de seus materiais, a ponte, que sempre foi objeto de um permanente serviço de manutenção, viu ser construída, ao seu lado, uma nova e moderna ponte de concreto, à qual, não muito tempo depois, veio somar a construção de mais uma, também de concreto, também moderna.
A vetusta ponte Hercílio Luz, que tanto serviu aos catarinenses, ligando a Ilha-Capital ao resto do Estado, que, no limite de sua capacidade sempre cumpriu sua missão, eis que, pela idade avançada, e por causa da natural exaustão de seus materiais, mesmo com a constante e onerosa manutenção mantida ao longo dos anos, foi interditada para o tráfego de veículos, permanecendo até hoje como um belo monumento, que encanta moradores e visitantes.
Mesmo sabendo que a ação do tempo é implacável sobre tudo que é construído pelo homem, administradores públicos e políticos catarinenses insistem em transformar o cartão postal em ponte útil para a passagem de um metrô de superfície, uma necessidade para o transporte coletivo urbano, mas, que nada garante que a velha ponte irá suportar.
Aliás, este mirabolante projeto, cuja licitação foi anunciada pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira, em 2007, tem tudo para ser mais um ingrediente adicionado à sua plataforma de campanha política de candidato ao Senado, mais uma utilidade da velha ponte, que além de ser um colírio para nossos olhos, com os milhões gastos em reformas e manutenção, tem sido a garantia do caviar e do scotch de muita gente.

22 de jun. de 2010

PANGA



por Luiz Rogério de Carvalho


Atualmente, com o auxílio dos diferentes meios de comunicação, grande número de pessoas, seguindo orientação médica, e buscando melhorar a qualidade de vida, vêm mudando seus hábitos, seja através da prática de caminhadas e outros exercícios físicos, seja mudando o hábito alimentar. Nisto, podemos dizer que é grande o número de pessoas que estão deixando de comer carnes vermelhas, substituindo-as por peixes e outras carnes brancas.

Entretanto, assim como o aumento do consumo, também está ocorrendo um acelerado aumento do preço do pescado, especialmente o peixe de mar, aquele que, pelas condições de alimentação natural, reúne as melhores condições para uma alimentação saudável.

É aqui que entra uma situação que está intrigando muitos consumidores, pois, pelo aumento do custo do peixe de mar, grande número de restaurantes está oferecendo aos seus clientes um peixe de água doce, um bagre de nome Panga, importado do Vietnam, que é produzido industrialmente no delta do rio Mekong, um dos rios mais poluídos do mundo. Este peixe, alimentado artificialmente com os mais variados tipos de alimentos e subprodutos, cresce muito mais que outras espécies, e engorda muito. Tirada a gordura, ele até tem um sabor agradável, o que leva muitos consumidores a apreciá-lo.

Acontece que, levados pelo fator custo/lucro, e o peixe vietnamita é muito barato, um grande número de restaurantes está substituindo o peixe de mar pelo Panga importado, mas, sem dizer ao consumidor de que peixe se trata. Quando é fornecido qualquer peixe de mar o nome dele é informado, entretanto, quando é Panga o nome é omitido, isto numa inconfessada intenção de confundir.


6 de jun. de 2010

SAUDAÇÃO À BANDEIRA - II



Por Luiz Rogério de Carvalho

Em nome desta assembléia de homens livres, aqui reunidos, eu te saúdo Bandeira do Brasil, pelo que representastes no passado, sendo fonte de inspiração de nossas conquistas democráticas, e pelo que representas no presente, como símbolo emblemático de nossas mais ardentes aspirações.

Bandeira do Brasil, mesmo em outras épocas e com outras cores, sempre fostes o símbolo sagrado do solo e do povo brasileiro, tu, que estavas com os inconfidentes de Minas, e, com Tiradentes subiu ao patíbulo, em 1792.

Bandeira do Brasil, que também esteve com o maçon Gonçalves Ledo, quando, liderando movimento libertário, e motivando D. Pedro I, o levou ao grito do Ipiranga, onde foi declarada a independência brasileira.

Bandeira do Brasil, tu estavas com Joaquim Nabuco, que dedicou sua vida, com obstinação e competência na luta pela abolição da escravatura, curando a chaga, que teve o Brasil como último país ocidental escravista.

Bandeira do Brasil, que ao longo da história pátria inspirou tantos outros valorosos brasileiros, os maçons, aqui reunidos te saúdam na esperança de que neste ano de eleições inspires os eleitores, para que escolhamos pessoas certas para dirigir nosso país, que tanto tem sido vilipendiado pela ação de maus políticos, maus brasileiros, que distanciados dos reais interesses nacionais, fazem da política mero instrumento para a realização de seus projetos pessoais.

Bandeira do Brasil ilumina, também, o Judiciário Brasileiro, para que as leis sejam aplicadas a todos, com igualdade de condições, como dispõe nossa Constituição. Que a celeridade processual seja a garantia da sua aplicação, eliminando a situação hoje existente, onde a morosidade garante aos infratores, aos corruptos, especialmente os poderosos, a certeza da impunidade, pois, como bem disse o mestre Rui Barbosa, na sua brilhante Oração aos Moços: “Justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”.

Finalizando, querida Bandeira do Brasil, receba dos obreiros da paz, aqui reunidos, o renovado compromisso de defender-te, agora e sempre, pois acreditamos na grandeza do porvir do solo que representas.

Salve Bandeira do Brasil.

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