22 de dez. de 2008

AVENIDA BEIRA-MAR NORTE, FECHADA.

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por Luiz Rogério de Carvalho

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A realização de eventos festivos promovidos pela Prefeitura Municipal de Florianópolis é uma forma de proporcionar aos munícipes momentos agradáveis, possibilitando, especialmente às pessoas de menor poder aquisitivo a possibilidade de assistir shows com artistas “Globais”. Foi o que aconteceu nos dias 20 e 21 de dezembro, quando a Prefeitura Municipal de Florianópolis gastou mais de um milhão de reais na promoção “Parada dos Sonhos”.

Entretanto, quando essas promoções são feitas em avenidas principais, sendo o trânsito fechado na maioria das pistas, como foi na Avenida Beira-Mar Norte, principal via de escoamento da cidade, dificultando ainda mais a circulação dos automóveis, numa cidade que já sofre por causa do grande número de veículos, então, a promoção que deveria ser motivo de festa passa a ser um grande aborrecimento para muitos.

Outro fato, que deve ser levado em consideração, é a existência de um local próprio para acontecimentos festivos que atraem grande público. A passarela “Nego Quirido”, construída com recursos públicos municipais é que deveria ser o local para tais eventos, pois, com arquibancadas que abrigam grande número de pessoas, confortavelmente sentadas, é o lugar ideal. Só os promotores dos eventos ainda não sabem disso, e preferem, provincianamente, fechar a principal avenida da cidade, formando enorme, demorado e estressante congestionamento de trânsito.
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19 de dez. de 2008

O TRÂNSITO

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por Luiz Rogério de Carvalho

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É notório, que o trânsito de Florianópolis está atingindo seu ponto de saturação. O número de novos veículos que, diariamente, são lançados em nossas ruas faz com que nossa cidade seja uma das capitais brasileiras que tem o maior número de carros por habitante.

O pior é sabermos que, em futuro muito próximo, se medidas não forem adotadas no sentido priorizar o transporte coletivo, medidas paliativas de contenção do movimento, como o rodízio, nos moldes adotado em São Paulo, também aqui deverão ser implantadas.

Não dispondo de um eficiente transporte coletivo de massa, tipo metrô de superfície, ou transporte marítimo, o ônibus é único meio de transporte coletivo para quem precisa se deslocar.

Para agravar a situação, ainda que seja o único meio de transporte coletivo urbano, o ônibus não dispõe de faixa exclusiva, tendo que disputar espaço com o grande número de veículos que transitam pelas ruas.
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28 de nov. de 2008

TSE - BATE E ASSOPRA

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.por Luiz Rogério de Carvalho

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A Justiça Eleitoral brasileira é mesmo muito engraçada, bate e assopra. O TSE, julgando processo de corrupção eleitoral, cassou o mandato do governador Ronaldo Cunha Lima.

Agora, o mesmo TSE concede liminar, para que o governador cassado continue no cargo até o julgamento do mérito.

Era tudo o que o governador queria. Com o costumeiro atraso do judiciário, mais a enxurrada de recursos, que o nosso ordenamento jurídico permite, é possível que o governador transmita o cargo ao seu sucessor, eleito no próximo pleito, e o mérito ainda não tenha sido julgado. Para ir empurrando com a barriga, de bons advogados ele dispõe.
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20 de nov. de 2008

NOVO ASSALTO AO CONSUMIDOR



por Luiz Rogério de Carvalho

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Instituído no Estado de Santa Catarina mais um “tributo camuflado”, a ser pago pelos compradores de veículos novos, deixou todos os interessados revoltados com mais este artifício “legal”, que vai assaltar o bolso do consumidor.

Alegam os defensores do Detran, órgão arrecadador da odiosa “taxa”, que se trata de cobrança legal, que já existe em outros Estados. Esquecem, entretanto, de dizer que, em vários desses Estados, através de medidas judiciais, ela já foi considerada ilegal e, portanto, proibida sua cobrança.

Esperamos que o judiciário, uma vez acionado, venha proibir também aqui em Santa Catarina, mais este ato de ganância arrecadadora do Estado que, na sua sede insaciável, desconsidera o fato de que o Brasil é um dos países que têm a maior carga tributária, cujo retorno ao contribuinte, é escandalosamente desproporcional.
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6 de out. de 2008

RECADO DAS URNAS



por Luiz Rogério de Carvalho


Muitas vezes, a manifestação do eleitor nas urnas é a resposta e o recado aos políticos sobre situações que não estão sendo consideradas.

Veja-se o resultado das eleições para a Prefeitura da cidade de Lages-SC. O candidato Fernando Coruja representando uma poderosa coligação, PPS, DEM e PMDB (partido do Governador), levou uma histórica surra do candidato do PP, o Prefeito Renato Oliveira, o Renatinho.

Ocorre, que Fernando Coruja, na sua passagem pela Prefeitura de Lages, teve uma administração que não deixou saudades.

Por outro lado, eleito deputado federal, com a inteligência que lhe é peculiar, tornou-se um brilhante legislador, e sua atividade na Câmara tem sido das mais profícuas.

Portanto, é necessário que o recado seja entendido, para que Santa Catarina continue com seu combativo representante na Câmara de Deputados, e que os municípios sejam dirigidos, com competência, por quem é do ramo na administração pública.
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5 de out. de 2008

CÓDIGO DA VIDA



por Luiz Rogério de Carvalho


Emprestado por um vizinho, que teve a gentileza de trazer até meu apartamento, acabei de ler o livro “Código da Vida”, escrito pelo jurista Saulo Ramos.

Confesso que comecei a leitura sem muito entusiasmo, entretanto, já nas primeiras páginas fui tomado de grande interesse, pois, tanto o tema central do livro, o drama de um litígio de família, quanto a “radiografia” política do Brasil, desde Jânio Quadros, situações pessoais, e casos jurídicos defendidos e acompanhados pelo autor, narrados de forma clara e ao alcance de todos, prendem o leitor do começo ao fim do livro. Recomendo.


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3 de out. de 2008

A PIZZA



por Luiz Rogério de Carvalho


Recentemente, depois de uma reunião, vários amigos resolveram ir a uma pizzaria e, por sugestão de um deles, decidiram saborear a tal “pizza na pedra”.

O ambiente e a música eram bastante agradáveis. A pizza, sem ter nada de extraordinário, era boa. Pizza, são todas feitas praticamente com a mesma massa, que é básica, o detalhe está na cobertura, o que a torna um pouco diferente das outras, portanto, grande diferença não existe entre umas e outras.

A grande diferença, a surpresa, estava reservada mesmo para o final, na hora de pagar, pois, a tal da “pizza na pedra”, pelo tamanho da conta que foi apresentada virou "pizza folheada a ouro".

De pedra mesmo foi o dissabor, que todos sentiram como uma tremenda pedrada no bolso.


30 de set. de 2008

BANCOS EM "CRISE"



por Luiz Rogério de Carvalho


A atual crise financeira americana, originada de empréstimos para aquisição de imóveis, que não foram pagos, levando à quebra de vários Bancos, assim como aquela crise de alguns Bancos brasileiros, no governo FHC, que levou à criação do famoso Proer, quando, mais de 10 bilhões foram aplicados para salvá-los, está deixando os americanos revoltados com a possibilidade de que o dinheiro público seja usado para salvar Bancos mal administrados.

Historicamente, pelo menos no Brasil, os banqueiros representam a classe econômica que tem os maiores lucros em seus negócios. É só ver os balanços.

Para o cidadão comum, é incompreensível que os cofres públicos, com o dinheiro dos contribuintes, tenham que socorrer instituições financeiras que, por serem mal geridas, apresentam prejuízos, enquanto que, em outros ramos de negócio as empresas mal administradas são penalizadas com a falência.

É essa coisa esquisita do neo liberalismo que, às vezes, tem a aparência de um socialismo às avessas, onde o contribuinte pobre, que representa a maioria, através do Estado, tem de ajudar o rico.


26 de set. de 2008

VIVER (para um amigo)



por Luiz Rogério de Carvalho


Nas coisas lindas da vida, a alegria de amar e ter sido amado, de ter tido amigos, ter podido apreciar e amar a natureza que nos envolve, consciente de que a vida é bela, mesmo com os obstáculos e espinhos que, muitas vezes encontramos em nosso caminho, a chegada ao fim da jornada, quando estamos certos de que em nossa passagem pelo mundo procuramos, acima de tudo, praticar o bem, então, encontramos enfim, não a morte, mas, o podium dos vencedores.

Até o momento da chegada, ofegante, cansado, naquele esforço supremo, quando, num leito de hospital, ligado por dezenas de aparelhos, estamos cercados de parentes e amigos que, chorando clamam por nossa permanência neste mundo, nós, só nós, podemos sorrir, por que temos a certeza de que nossa vida não foi vazia, e estamos partindo na certeza de ter sempre procurado fazer o melhor.
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GENÉRICOS



por Luiz Rogério de Carvalho


A preocupação com o custo dos remédios, especialmente para as pessoas e famílias de baixa renda, considerado que representam importante parcela nas despesas, foi que levou o governo a criar a categoria de remédios “genéricos”, que seriam identificados, nas embalagens, apenas pelos princípios ativos contidos em suas fórmulas.

O anúncio foi de que os preços dos genéricos seriam uma alternativa nos custos de tratamentos de saúde, uma vez que seriam, em média, 40% mais baratos que os remédios de referência.

Entretanto, hoje, não é o que se constata quando se vai à farmácia para adquirir um medicamento genérico, pois, embora muitos sejam mais baratos que aqueles de referência, não raro, encontra-se medicamento genérico custando até o dobro do mesmo medicamento de referência, de marca.

Tem alguma coisa errada que precisa ser explicada pela ANVISA, ou outro órgão governamental regulador.
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22 de set. de 2008

A QUALIDADE PODE PIORAR.



por Luiz Rogério de Carvalho


A operação “Moeda Verde” que, realizada em Florianópolis pela Polícia Federal, levantou a existência de um grande número de pessoas, da administração pública, e particulares que, conluiados, na meta do enriquecimento a qualquer preço, estão fazendo de nossa encantadora ilha um lugar que, em poucos anos, terá os seus encantos transformados em pesadelo para os seus habitantes.

Na ocasião da operação, nas pessoas que desejam ver as belezas desta encantadora ilha perpetuadas para que gerações futuras também possam gozá-las, houve um momento de esperançosa expectativa. Os corruptos e os corruptores, seriam punidos independente do poder político e econômico que ostentam.

Ledo engano, pois os depredadores do meio-ambiente, aqueles que corrompem políticos para construir em áreas preservadas, e invadindo e aterrando mangues, continuam construindo fora de padrões legais, sempre acobertados por funcionários públicos e políticos desonestos, continuam livres e, até estimulados, tendo até vereador que, acusado de intermediar crime ecológico, defendendo construções irregulares em troca de benefícios pessoais, depois de ter seu mandato cassado, por meio de decisões judiciais, está de volta, para tudo continuar como antes.

Agora, a Polícia Federal fazendo a sua parte, na “Operação Dríade”, levantou a existência de novas safadezas contra o meio-ambiente, na região da Grande Florianópolis, onde, entre outras falcatruas, empresa teria subornado vereador de Biguaçú, com 1 milhão de reais. Loteamentos em área de preservação permanente estavam sendo aprovados para 3 empresas, por meio de alteração do plano diretor. A PF concluiu que houve a formação de quadrilha para a obtenção de licenças ambientais falsas.

Diante de tantas evidências, a PF pediu a prisão preventiva de 22 pessoas, que estariam envolvidas no esquema. A Juíza Federal justificando sua decisão, decretou a prisão temporária de 14 pessoas. Entre os presos, todos já libertados por força de medidas judiciais, estão dois funcionários da empresa Proactiva, multinacional responsável pelo transporte do lixo de Florianópolis para o aterro sanitário de Tijuquinhas, que estaria poluindo rios e, por conseqüência o mar da região, onde está localizada a Reserva do Arvoredo, unidade de preservação federal. Um empresário, já preso na operação moeda verde, agora voltou para a carceragem da PF, desta vez, por que, como dono da empresa Implac, do ramo de plásticos, teria incorrido em graves irregularidades ambientais. Ficou pouquíssimo tempo preso, pois, logo de início, seu advogado conseguiu que, por motivos de saúde, fosse transferido para uma clínica particular de onde saiu beneficiado por habeas-corpus.

Pois é, assim se agride o meio-ambiente, construindo em mangues aterrados, em áreas de preservação permanente, beira da Lagoa da Conceição, e forçando a alteração de plano diretor, para satisfazer a incontrolável ganância da construção civil que, sem a menor preocupação com as condições de infra-estrutura das cidades, promove, não o crescimento, mas sim, o inchaço urbano.

Enquanto isso, em propaganda na mídia nacional, Florianópolis é cantada como a capital que oferece a melhor qualidade de vida do Brasil, e o Estado de Santa Catarina é tido como um Estado progressista, com um dos melhores índices de alfabetização nacional, e apresentando qualidade de vida entre os melhores do país.

Em contra-ponto, a imprensa nacional tem noticiado que somos o 3º Estado que mais consome madeira ilegal, vinda da Amazônia, e a Mata Atlântica, localizada em nosso Estado, é a que apresenta maior índice de desmatamento em todo o país, a água potável, especialmente a do oeste catarinense, está próxima do comprometimento, por causa da enorme quantidade de dejetos suínos, que são lançados nos rios da região. Nem as matas ciliares de nossos rios estão sendo respeitadas, pois são derrubadas, para, em seu lugar, plantar pinus eliotis, árvore exótica que, em mata homogênea, acaba com a flora e a fauna regionais.

Para mudar este quadro, que lamentamos expor, esperamos que ocorra mudança de atitude de muitos políticos, e sejam punidos os corruptos e corruptores, pois, a continuar a situação como está, somos forçados a admitir que, os anunciados encantos de nosso Estado e de sua Capital, não passam de mera propaganda enganosa.

6 de set. de 2008

EXCESSO DE ALUMÍNIO NA ÁGUA DA CASAN



por Luiz Rogério de Carvalho


Se, comprovadas as denúncias, da existência excessiva de sulfato de alumínio na água que a Casan fornece à população de Florianópolis, fica em todos um temor justificado, pois, é sabido que essa substância, usada para tirar a turbidez da água, se adicionada em quantidade fora da recomendada pela Anvisa, pode causar sérios danos à saúde, incluído o mais temido dos males, o câncer.

Estranha é a atitude de diretor da Casan que, diante da existência de cinco exames laboratoriais, que mostram a existência de alumínio, em excesso, simplesmente nega o fato. Melhor seria mandar fazer uma análise oficial, para um completo esclarecimento.

Confiante que a água fornecida pela Casan era de boa qualidade, há bastante tempo abandonei o hábito de tomar água mineral, instalei um filtro de parede, e passei a tomar a água da Casan, vinda da Serra do Tabuleiro, parque ecológico protegido, achando que fosse bem tratada e passível de ser tomada, sem nenhum risco para a saúde humana. Temo ter caído do cavalo.

7 de ago. de 2008

UDESC - SUPERFATURAMENTO



por Luiz Rogério de Carvalho

Caiu, como uma bomba, a divulgação pelo TCE de Santa Catarina, do superfaturamento na aquisição, sem licitação, de equipamentos de laboratório, nas unidades de Lages e Joinville, a preços escandalosamente superiores aos de mercado.

A manifestação do reitor, criticando a divulgação pelo TCE, alegando que a instituição UDESC está sendo colocada sob suspeita, a meu ver, não procede, pois, atos fraudulentos praticados por dirigentes de instituições comprometem as pessoas que os praticaram que, de forma clara e transparente, devem ser investigadas e punidas, quando comprovada a culpa.

Portanto, ao examinar a documentação, e constatar irregularidade de tamanho porte na aquisição de equipamentos, não poderia o Presidente do TCE de Santa Catarina deixar de tornar pública tão grave improbidade administrativa. O silêncio, neste caso, seria contribuir para varrer a sujeira para debaixo do tapete.

6 de ago. de 2008

VAI FALTAR ÁGUA




por Luiz Rogério de Carvalho


Recente estudo, apresentado pela ONG WWF, em São Paulo, nos mostra que, a continuar o desmatamento na Amazônia, é iminente a falta de água na região que é abastecida pela Bacia do Rio da Prata e, esta região inclui o Estado de Santa Catarina onde, importante parte da economia, especialmente do agro-negócio, poderá ser afetada, pois depende do precioso líquido para irrigar plantações e alimentar criações, de bovinos, aves e suínos. Os estudos mostram que isto já poderá ocorrer dentro dos próximos 12 anos, com o seu agravamento para o futuro, comprometendo a produção de alimentos.

Para meteorologistas e estudiosos do assunto, o problema existe, e as possibilidades de agravamento são reais, pois a umidade que, por meios peculiares, vem da Amazônia é responsável por significativa quantidade de chuvas, que caem em nosso Estado.

O estudo, realizado por membros da ONG WWF, competentes e responsáveis, antes de ser alarmista, visa abrir os olhos das autoridades, com vistas à prevenção, enquanto ainda é tempo.

O que impressiona, também, é a manifestação de empresários catarinenses, entre eles o vice-presidente da FAESC que, parece, mais preocupado com os lucros imediatos, como o avestruz, que esconde a cabeça para livrar-se dos perigos, prefere desqualificar o estudo, taxando de exagero, e sem embasamento científico.

Nossa preocupação não pode ser apenas com o presente, com a boa saúde financeira das empresas e o lucro imediato. Devemos agir com responsabilidade e bom senso, para legar aos nossos filhos e sucessores um Estado, senão melhor, pelo menos nas condições em que recebemos.

2 de ago. de 2008

TAPETE PRETO = TAPEAR DE PRETO



por Luiz Rogério de Carvalho


A Prefeitura de Florianópolis, no seu programa “tapete preto”, prometeu asfaltar ruas que ainda se ressentiam desta melhoria, que o progresso, às vezes, proporciona aos moradores das cidades.

Entretanto, desde o início, pela qualidade do serviço apresentado, ficou evidente a intenção política do “programa”. Aquilo que deveria ser um melhoramento logo ficou claro não ser mais que uma forma de mostrar “obra”, com a intenção inconfessada de ganhar votos para a próxima campanha eleitoral. Com um agravante, pois o custo da “pintura de asfalto” certamente está sendo pago como se fosse asfaltamento de primeira qualidade.

Na semana passada, no bairro de Coqueiros, onde algumas ruas já foram pintadas com asfalto, na rua Pascoal Simone, onde está a UDESC, foi feita mais uma “tapeação de preto”. Desta vez abusaram, pois a camada de pintura de asfalto é tão fina que as lajotas, que são ecológicas, pois permeáveis à água, e que deveriam servir de base para o enganoso asfaltamento, em muitos lugares estão aparentes.

Apresentar serviço de tão baixa qualidade, e ainda pensar que estão convencendo os eleitores, de que estão atendendo reclamos dos munícipes é, no mínimo, subestimar a inteligência das pessoas. O tiro pode sair pela culatra.
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LEI SECA



por Luiz Rogério de Carvalho


São muitas as pessoas que reclamam do rigor da lei que estabeleceu a tolerância zero para os motoristas brasileiros. Bebedores inconformados, comerciantes, donos de bares, enfim todos aqueles que têm seus negócios ligados ao consumo de bebidas alcoólicas são os que engrossam a fila dos reclamantes.

O principal argumento, é que o número de mortes no trânsito diminuiu por causa do aumento da fiscalização, que hoje é exercida com maior rigor pelos policiais rodoviários, e não pela existência da nova lei.

No meu entendimento, é um argumento que não se sustenta, pois a fiscalização no trânsito continua sendo feita da mesma forma que antes, visto que o número de policiais rodoviários continua o mesmo de sempre. Tenho andado pelas nossas estradas e não observei, até agora, nenhum aumento da fiscalização que represente intimidação aos motoristas infratores das leis de trânsito.

Se, é verdade que a nova lei nos priva do consumo de até uma taça de vinho que, “conscientemente” achamos que em nada altera nosso comportamento no trânsito, por outro lado, sabemos que existem pessoas muito sensíveis que, com o mínimo teor alcoólico, ficam alteradas, como alterada fica sua conduta no volante, expondo-se e expondo outros ao risco de graves acidentes.

Sempre tomei uma taça de vinho durante o almoço, por prazer e para prevenir doenças coronarianas, seguindo orientação de meu bom e amigo cardiologista.

Agora, meio chateado mas, certo de que a lei seca trás mais benefícios, para todos, do que a privação de meu bom vinho durante o almoço, mudei meu velho hábito.

É à noite ou, na volta do restaurante, quando chego em casa, que o vinho será tomado, com o mesmo prazer de sempre e, na certeza de que nenhuma mudança haverá no meu comportamento na direção do veículo, que possa vir a trazer tristeza para muitos.
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14 de jun. de 2008

VOTO FACULTATIVO



por Luiz Rogério de Carvalho


Como defensor do voto eleitoral facultativo, sempre achei ser este o critério mais consentâneo com a democracia, pois não obriga ninguém a fazer o que não deseja, nem deixa aos políticos inescrupulosos a total liberdade de manipular os eleitores, especialmente os mais carentes e menos esclarecidos, comprando votos como se fossem mercadorias.

O constrangimento do voto obrigatório, no Brasil, onde a esmagadora maioria do eleitorado não tem a plena consciência do que ele representa, tem servido a muitos políticos que, sem a menor preocupação com a boa e decente administração da coisa pública, mas sim, com o objetivo inconfessado de chegar ao poder e usá-lo em benefício próprio, tendo como meta o enriquecimento a qualquer preço.

É verdade que o voto plenamente consciente só existirá quando o povo tiver um bom nível de educação, e condição econômica que lhe permitam escolher com discernimento e independência. Isto, certamente só teremos quando tivermos todas as nossas crianças em escolas de boa qualidade, e a economia tendo como meta o homem, num regime de justa distribuição da renda nacional.

Às vezes um pouco descrente, mas, consciente de que a utopia deve ser cultivada, por mais que a crueza da realidade tente matá-la, continuo torcendo para que nossos eleitores façam a melhor escolha, e não continuem sendo tão enganados.

Enquanto isso, tendo chegado aos setenta anos de idade, adquiri o direito de tornar meu voto facultativo e, sem omissão, mas podendo exercer como um direito, quando achar necessário, continuarei a acalentar a utopia de ver um país justo, sendo dirigido só por homens de bem.
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10 de jun. de 2008

A FARRA CONTINUA...




por Luiz Rogério de Carvalho



A decisão do TSE, por 4 votos a 3, permitindo que os políticos, mesmo aqueles com ficha mais suja que “pau de galinheiro” mas, que ainda não tenham sentença transitada em julgado, podem concorrer em novas eleições, se, por um lado, confirma o preceito legal de que ninguém pode ser considerado culpado antes de sentença definitiva, em última instância, por outro lado nos frustra, tirando-nos a esperança de que em tempo mais curto teríamos fora da vida pública elementos de “ficha suja” que as evidências mostram não serem dignos da representação popular.


A morosidade do judiciário, aliada ao excessivo número de recursos, muitos protelatórios, que chegam levar crimes à prescrição, são armas poderosas usadas por profissionais competentes, que garantem aos “fichas sujas” eleições e reeleições sem conta.


Uma vez eleitos, encontram no foro privilegiado a proteção do manto da impunidade, no corporativismo que tem sido a tônica da política brasileira.
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4 de jun. de 2008

O CELULAR



por Luiz Rogério de Carvalho


Como um dos grandes avanços tecnológicos dos últimos tempos, o telefone celular foi um invento que transformou as comunicações pessoais, trazendo enormes benefícios para todos e, também, algumas inconveniências, para muitos.

Nada mais desagradável do que estar almoçando e, na mesa ao seu lado, alguém que transferiu o escritório para o restaurante, insiste em confirmar uma transação comercial, iniciada uma hora antes. Ou então, aquela mocinha que brigou com o namorado e, sem se preocupar com os circunstantes, chorosa, em longas explicações, em voz alta, procura reatar a relação.
Não sei se essa falta de educação é brasileira, ou foi uma praga que nasceu com o aparelhinho e, sem fronteiras, incomoda todo mundo.

A verdade é que, há muitos anos, depois que troquei a cozinha de casa pela do restaurante, tenho procurado administrar esse problema e, para não ser taxado de “chato”, numa rápida olhada, escolho a mesa mais conveniente, pois não pretendo ter indigestão, e reativar uma gastrite de origem nervosa, que há tempo está adormecida.


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1 de mar. de 2008

BOMBA E ALCOOL NO FUTEBOL




por Luiz Rogério de Carvalho

Jornal de hoje publica notícia de que, em reunião realizada entre o comandante da Polícia Militar de Santa Catarina e os presidentes de clubes filiados à Federal Catarinense de Futebol, quando, pelo comandante, foi apresentada portaria que proibiria o consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica dentro dos estádios.

A medida teve origem no fato amplamente divulgado pela imprensa e televisão nacional, quando um torcedor de 62 anos de idade perdeu a mão, atingido por uma bomba durante uma briga de torcidas, no final de um jogo de futebol, em Criciúma-SC.

A proibição do consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica dentro dos estádios, implementada, seria uma medida elogiável, pois é sabido que o álcool exacerba a emoção, assim com é capaz de despertar instintos incompatíveis com a diversão sadia que o esporte deve proporcionar.

Entretanto, para espanto e perplexidade, a mesma notícia informa que o comandante da Polícia Militar, diante dos argumentos dos presidentes de clubes, e de diretores da Federação Catarinense de Futebol, de que existem contratos entre os clubes de futebol com as distribuidoras de cerveja, resolveu adiar a vigência da resolução para o próximo campeonato, mantendo a proibição só para as bebidas destiladas.

É o caso de perguntar: Para o Estado, vale mais o interesse comercial das distribuidoras de cerveja, e dos clubes de futebol, ou a segurança e a vida do cidadão?

22 de fev. de 2008

FOTOGRAFIA - Coxilha Rica


por Luiz Rogério de Carvalho


Acabo de receber, presente de meu filho, o livro fotográfico “Coxilha Rica”, com o magnífico trabalho executado pelo fotógrafo Ricardo Bampi que, em boa hora, escolheu para tema de sua obra uma região de beleza única, a Coxilha Rica, nos campos de Lages, região serrana catarinense generosamente dotada pela natureza com um relevo maravilhoso, com campos e matas que abrigam uma das mais ricas e lindas floras e faunas do sul do país.

Obra fotográfica de tamanha envergadura, foi prefaciada pelo mestre e incentivador da fotografia artística brasileira, Presidente da Confederação Brasileira de Fotogafia, o indaialense Sidney Luis Saut que, com sabedoria e competência, destacou a dimensão do trabalho realizado por Ricardo Bampi.

O trabalho de Bampi, que nos premia e encanta com as cenas maravilhosas captadas pela lente de sua máquina, tão bem manejada, também nos leva à reflexão sobre os perigos a que está exposta tão bela região. É o temor de que a febre do reflorestamento homogêneo, feito com a exótica pinus elliotis, como está acontecendo em quase todo o planalto catarinense, mudando a sua paisagem original, também venha a sacrificar aquela linda região, que o escritor Érico Veríssimo disse ser a mais bela que conheceu.


1 de fev. de 2008

NOVA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO




por Luiz Rogério de Carvalho


Num país, como o Brasil, onde a cultura da velocidade está arraigada nos costumes dos motoristas, especialmente dos mais jovens, e o consumo de bebidas alcoólicas, como mostram as estatísticas, sãos os grandes responsáveis pela maioria dos acidentes de trânsito, a mudança na legislação, que possibilite a aplicação de penalidades severas, e multas pesadas que sejam sentidas no bolso, é o único meio de tentar humanizar o trânsito nas estradas brasileiras, enquanto a educação não seja a ideal.
A MP que proibiu a venda de bebidas alcoólicas às margens das estradas federais, embora elogiável quanto ao objeto que procurava atingir mostrou que, para inibir o consumo de bebidas alcoólicas pelos motoristas, a medida veio atingir um importante segmento econômico, que vende bebidas também, e principalmente, para pessoas que não estão envolvidas no trânsito.
Assim, como deve que ser reprimido o consumo de bebidas alcoólicas entre os motoristas, uma das principais causas de acidentes nas estradas e ruas de nossas cidades, parece que enquanto a educação não alcança todos, o remédio é a fiscalização intensa e a aplicação de elevadas multas para os infratores, e penas pesadas para os crimes de trânsito, pois a sensação de impunidade continua sendo estímulo aos irresponsáveis.

6 de jan. de 2008

IL CAMPANARIO



por Luiz Rogério de Carvalho

Mesmo morando nesta maravilhosa cidade de Florianópolis, poucas vezes tenho ido à praia, pois, na minha idade, ser queimado pelo sol, nestes tempos de UV elevada, não é mais a minha praia.

Entretanto, fugindo à regra, às vezes dou uma escapada, mais para curtir a companhia de amigos ou familiares, e lá estou eu, por teimoso, sendo assado e virando croquete.

Há poucos dias, numa dessas exceções, na bela praia de Jurerê Internacional, sentado numa cadeira de praia, com amigos tomando uma geladinha, quando olhei para trás levei um baita susto com o horrível visual que defrontei, que é absolutamente contrastante com a beleza do mar e da natureza verde que o emoldura.

É a construção de um edifício de apartamentos, o tal “Il Campanário” no estilo horroroso de um pombal, obra cuja autorização de construção está sendo investigada pela operação “moeda verde” desencadeada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, sob suspeita de graves irregularidades.

Até pode ser que aquela coisa feia esteja sendo feita “regularmente”, com projeto aprovado dentro de normas “legais”. Entretanto, o mau gosto é flagrante, pois destoa do conjunto arquitetônico e urbanístico que, harmoniosamente embeleza toda a praia.