2 de ago. de 2008

LEI SECA



por Luiz Rogério de Carvalho


São muitas as pessoas que reclamam do rigor da lei que estabeleceu a tolerância zero para os motoristas brasileiros. Bebedores inconformados, comerciantes, donos de bares, enfim todos aqueles que têm seus negócios ligados ao consumo de bebidas alcoólicas são os que engrossam a fila dos reclamantes.

O principal argumento, é que o número de mortes no trânsito diminuiu por causa do aumento da fiscalização, que hoje é exercida com maior rigor pelos policiais rodoviários, e não pela existência da nova lei.

No meu entendimento, é um argumento que não se sustenta, pois a fiscalização no trânsito continua sendo feita da mesma forma que antes, visto que o número de policiais rodoviários continua o mesmo de sempre. Tenho andado pelas nossas estradas e não observei, até agora, nenhum aumento da fiscalização que represente intimidação aos motoristas infratores das leis de trânsito.

Se, é verdade que a nova lei nos priva do consumo de até uma taça de vinho que, “conscientemente” achamos que em nada altera nosso comportamento no trânsito, por outro lado, sabemos que existem pessoas muito sensíveis que, com o mínimo teor alcoólico, ficam alteradas, como alterada fica sua conduta no volante, expondo-se e expondo outros ao risco de graves acidentes.

Sempre tomei uma taça de vinho durante o almoço, por prazer e para prevenir doenças coronarianas, seguindo orientação de meu bom e amigo cardiologista.

Agora, meio chateado mas, certo de que a lei seca trás mais benefícios, para todos, do que a privação de meu bom vinho durante o almoço, mudei meu velho hábito.

É à noite ou, na volta do restaurante, quando chego em casa, que o vinho será tomado, com o mesmo prazer de sempre e, na certeza de que nenhuma mudança haverá no meu comportamento na direção do veículo, que possa vir a trazer tristeza para muitos.
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