Por Luiz Rogério de Carvalho
Vi, no jornal O Estado de São Paulo, entrevista do senador Pedro Simon justificando o fato de ter requerido, e estar recebendo R$ 24,1 mil mensais de aposentadoria pelo exercício do cargo de governador do Rio Grande do Sul.
O senador alega que requereu o benefício, vinte anos depois de ter adquirido o direito, levado pela necessidade, pois os R$ 10 mil que recebe como subsídios no Senado, são insuficientes para viver, com esposa e filho.
Praticamente concordando com o aspecto imoral da aposentadoria, encerra a entrevista dizendo que acha que OAB vai ganhar a ação que proporá no STF, visando o cancelamento das aposentadorias que, em vários Estados, beneficia ex-governadores.
Com todo o respeito e admiração, que sempre dediquei ao senador, incansável defensor da moralidade pública, confesso, foi com tristeza que li a entrevista. Até suponho que o senador, do alto dos seus 80 anos, sendo uma reserva moral, por motivo de ambição familiar, tenha sido induzido a claudicar.
Essa aposentadoria privilegiada, prática odiosa e imoral, está sendo usada também aqui no Estado de Santa Catarina, sendo que, além de ex governadores, também um ex vice-governador que, tendo exercido o cargo de governador, em substituição, por nove meses, recebe o indevido provento.