24 de mar. de 2011

A VITÓRIA DA CORRUPÇÃO

Por Luiz Rogério de Carvalho

A aplicação da Lei da Ficha Limpa, empatada no STF, esteve muito tempo aguardando o voto do novo ministro, e a parte séria do Brasil esperava que fosse chegado o momento de passar uma vassoura, com creolina, e começar uma limpeza na política brasileira, pois depositava no novo ministro a esperança de novos e bons dias.

Ledo engano, pois o voto aguardado, que encerrava a esperança, para barrar a entrada dos “fichas sujas”, veio como um balde de água fria, um “tapa na cara” dos brasileiros decentes, permitindo a permanência de desonestos e corruptos, que continuarão decidindo os destinos da nação. Foi uma decisão que não apenas adiou a aplicação da Lei da Ficha Limpa para 2012, mas, tristemente, marcou a vitória da corrupção.

1 de mar. de 2011

A GRANDE DIFERENÇA

Por Luiz Rogério de Carvalho

O Ministro de Defesa alemão, Karl Theodor zu Guttenberg, após ter sido descoberto que plagiara sua tese de doutorado, diante do escândalo que sua atitude provocou, numa cultura que prima pela honestidade e integridade dos cidadãos, especialmente dos ocupantes de cargos públicos, admitindo seu erro, e levado pela polêmica na imprensa e oposição, não teve outra opção a não ser renunciar ao cargo de ministro.

Este fato nos leva a refletir sobre a enorme diferença cultural existente entre os diferentes povos. Em vários países, homens públicos, flagrados em atos desonestos, especialmente a corrupção, que não é privilégio só de políticos brasileiros, diante da vergonha, e da certeza da punição, muitos, antes mesmo de renunciar a seus cargos, são levados ao extremo de cometer o suicídio.

Enquanto isso, no Brasil vamos convivendo com uma situação totalmente diferente, pois, homens públicos, que usando de seus cargos se locupletam, mesmo denunciados pela evidência de seus atos de corrupção, desde que não tenham sido julgados e condenados em última instância, com sentença transitada em julgado, continuam transitando livremente pela administração pública. São eleitos, tomam posse, ocupam altos cargos, e decidem sobre a vida de seus compatriotas.

É muito triste, mas é a nossa realidade.