Luiz Rogério de Carvalho
Conforme noticiou o jornal “A Folha de São Paulo”, de hoje, houve uma previsão, anunciada por deputados, de que a deputada federal Jaqueline Roriz seria absolvida na Câmara, onde responde pela pratica de ato indecoroso, quando flagrada em vídeo, recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM, dinheiro proveniente de propinas, fato de conhecimento geral, pois divulgado pela televisão nacional, e, que muitos deputados alegam que o fato ocorreu antes que ela tenha sido eleita deputada distrital. E, com esse argumento, justificavam a absolvição.
Embora aprovado na Comissão de Ética o pedido de cassação, por 11 votos a 3, onde os votos foram abertos, no plenário da Câmara, onde a votação é secreta, a deputada foi absolvida da acusação da prática de ato indecoroso, consolidando-se assim, o entendimento que, também bandidos, corruptos e ladrões do dinheiro público, desde que não tenham sido condenados, em última instância, podem ser eleitos, e podem, sem risco, assumir cargos eletivos, desde que os fatos de que são acusados tenham acontecido antes da eleição, mesmo que, só depois de eleitos, esses mesmos fatos venham se tornar de conhecimento do público, do eleitor.
Diante disso, somos obrigados a admitir que a Câmara de Deputados, além de abrigar homens sérios, que ainda existem no Brasil, pelo meio da votação secreta, que esconde os cínicos e hipócritas, pode, também, tornar-se um refúgio seguro para ladrões e corruptos.