24 de dez. de 2010

NA CONTRAMÃO DA MORALIDADE

Por Luiz Rogério de Carvalho

O deputado maranhense Pedro Novaes, aliado de José Sarney, e indicado pelo comando do PMDB para ser ministro do Turismo da presidente Dilma, descoberto que pagou conta de festa em motel com dinheiro público, comentando seu ato, simplesmente disse que considera ter cometido um erro, e que o dinheiro será devolvido aos cofres públicos. Com tamanha desfaçatez, considera que o fato, de somenos importância, com a devolução, terá restabelecida a normalidade, sem pensar que apenas usou de um artifício para esconder a sujeira.

A senadora catarinense Ideli Salvatti, também indicada para ser ministra da presidente Dilma, no Ministério da Pesca, ganhou espaço nos jornais brasileiros acusada de usar indevidamente verbas de diárias do Congresso para pagar hotel em Brasília, enquanto recebia auxílio-moradia. A senadora pediu ao Senado que apague do site da casa a informação de que os gastos foram indevidos, tudo apara varrer a sujeira para debaixo do tapete, dizendo que houve erro da assessoria (de costas largas) e mandou devolver o dinheiro aos cofres públicos. Também aqui, em mais uma atitude do tipo “me engana que eu gosto”, mais um político espera ter convencido os eleitores de que seus atos sempre foram praticados dentro dos mais estritos princípios da moralidade.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), apresentou projeto de Lei que dá anistia fiscal e penal a contribuintes brasileiros que remeteram para paraísos fiscais dinheiro público obtido por corrupção e fruto de tráfico internacional de drogas, num verdadeiro estímulo ao crime que, assim, compensa. Embora a Associação dos Juízes Federais (AJUFE) tenha enviado nota técnica a todos os senadores mostrando a inconveniência e a imoralidade do projeto de Lei o relator da matéria já recomendou a aprovação. É triste.

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