A sociedade brasileira, não afeita a regimes ditatoriais, durante longo tempo reagiu até que, finalmente, viu restabelecida a democracia, com todas as instituições plenamente funcionando.
Infelizmente, a cultura política brasileira há muito tempo contaminada com o nefasto germe da corrupção, alimentada com a impunidade reinante há longo tempo atingiu nível insuportável, minando as bases da economia e nos conduziu a esta longa recessão, com o inevitável crescente desemprego.
Se as instituições democráticas continuam funcionando, como era o desejo dos brasileiros que lutaram para isso, não podemos esconder que legislativo e executivo, longe de atender os anseios da população, estão mais preocupados com a defesa de interesse pessoais e corporativos, mesmo que os meios sejam os mais escusos.
Ainda agora vivemos problemas sérios, com esses dois poderes praticamente irmanados na defesa de tudo que a ética e a moral na administração pública condena.
Foi nessa linha que o presidente Temer para defender Moreira Franco da esfera da Lava Jato usou o artifício indecente de arranjar um meio de lhe garantir o foro privilegiado e, assim, também procura, embora negue, usar de todos os artifícios para enfraquecer a Laja Jato, no que é acompanhado por senadores e deputados citados na investigação.
Agora, decepcionando todos que esperavam e acreditavam numa atuação moralizadora da administração pública, e de atuação firme na defesa dos princípios democráticos, praticamente reeditando norma do AI-5 o presidente pede a censura da imprensa, um dos pilares básicos da democracia. Como nem todos no Judiciário são imunes a práticas ditatoriais, encontrou um juiz que pensa igual. Espera-se que o Judiciário, como última trincheira do cidadão e da defesa das garantias constitucionais, em instância superior revogue essa esdrúxula decisão.
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