7 de ago. de 2008

UDESC - SUPERFATURAMENTO



por Luiz Rogério de Carvalho

Caiu, como uma bomba, a divulgação pelo TCE de Santa Catarina, do superfaturamento na aquisição, sem licitação, de equipamentos de laboratório, nas unidades de Lages e Joinville, a preços escandalosamente superiores aos de mercado.

A manifestação do reitor, criticando a divulgação pelo TCE, alegando que a instituição UDESC está sendo colocada sob suspeita, a meu ver, não procede, pois, atos fraudulentos praticados por dirigentes de instituições comprometem as pessoas que os praticaram que, de forma clara e transparente, devem ser investigadas e punidas, quando comprovada a culpa.

Portanto, ao examinar a documentação, e constatar irregularidade de tamanho porte na aquisição de equipamentos, não poderia o Presidente do TCE de Santa Catarina deixar de tornar pública tão grave improbidade administrativa. O silêncio, neste caso, seria contribuir para varrer a sujeira para debaixo do tapete.

6 de ago. de 2008

VAI FALTAR ÁGUA




por Luiz Rogério de Carvalho


Recente estudo, apresentado pela ONG WWF, em São Paulo, nos mostra que, a continuar o desmatamento na Amazônia, é iminente a falta de água na região que é abastecida pela Bacia do Rio da Prata e, esta região inclui o Estado de Santa Catarina onde, importante parte da economia, especialmente do agro-negócio, poderá ser afetada, pois depende do precioso líquido para irrigar plantações e alimentar criações, de bovinos, aves e suínos. Os estudos mostram que isto já poderá ocorrer dentro dos próximos 12 anos, com o seu agravamento para o futuro, comprometendo a produção de alimentos.

Para meteorologistas e estudiosos do assunto, o problema existe, e as possibilidades de agravamento são reais, pois a umidade que, por meios peculiares, vem da Amazônia é responsável por significativa quantidade de chuvas, que caem em nosso Estado.

O estudo, realizado por membros da ONG WWF, competentes e responsáveis, antes de ser alarmista, visa abrir os olhos das autoridades, com vistas à prevenção, enquanto ainda é tempo.

O que impressiona, também, é a manifestação de empresários catarinenses, entre eles o vice-presidente da FAESC que, parece, mais preocupado com os lucros imediatos, como o avestruz, que esconde a cabeça para livrar-se dos perigos, prefere desqualificar o estudo, taxando de exagero, e sem embasamento científico.

Nossa preocupação não pode ser apenas com o presente, com a boa saúde financeira das empresas e o lucro imediato. Devemos agir com responsabilidade e bom senso, para legar aos nossos filhos e sucessores um Estado, senão melhor, pelo menos nas condições em que recebemos.

2 de ago. de 2008

TAPETE PRETO = TAPEAR DE PRETO



por Luiz Rogério de Carvalho


A Prefeitura de Florianópolis, no seu programa “tapete preto”, prometeu asfaltar ruas que ainda se ressentiam desta melhoria, que o progresso, às vezes, proporciona aos moradores das cidades.

Entretanto, desde o início, pela qualidade do serviço apresentado, ficou evidente a intenção política do “programa”. Aquilo que deveria ser um melhoramento logo ficou claro não ser mais que uma forma de mostrar “obra”, com a intenção inconfessada de ganhar votos para a próxima campanha eleitoral. Com um agravante, pois o custo da “pintura de asfalto” certamente está sendo pago como se fosse asfaltamento de primeira qualidade.

Na semana passada, no bairro de Coqueiros, onde algumas ruas já foram pintadas com asfalto, na rua Pascoal Simone, onde está a UDESC, foi feita mais uma “tapeação de preto”. Desta vez abusaram, pois a camada de pintura de asfalto é tão fina que as lajotas, que são ecológicas, pois permeáveis à água, e que deveriam servir de base para o enganoso asfaltamento, em muitos lugares estão aparentes.

Apresentar serviço de tão baixa qualidade, e ainda pensar que estão convencendo os eleitores, de que estão atendendo reclamos dos munícipes é, no mínimo, subestimar a inteligência das pessoas. O tiro pode sair pela culatra.
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LEI SECA



por Luiz Rogério de Carvalho


São muitas as pessoas que reclamam do rigor da lei que estabeleceu a tolerância zero para os motoristas brasileiros. Bebedores inconformados, comerciantes, donos de bares, enfim todos aqueles que têm seus negócios ligados ao consumo de bebidas alcoólicas são os que engrossam a fila dos reclamantes.

O principal argumento, é que o número de mortes no trânsito diminuiu por causa do aumento da fiscalização, que hoje é exercida com maior rigor pelos policiais rodoviários, e não pela existência da nova lei.

No meu entendimento, é um argumento que não se sustenta, pois a fiscalização no trânsito continua sendo feita da mesma forma que antes, visto que o número de policiais rodoviários continua o mesmo de sempre. Tenho andado pelas nossas estradas e não observei, até agora, nenhum aumento da fiscalização que represente intimidação aos motoristas infratores das leis de trânsito.

Se, é verdade que a nova lei nos priva do consumo de até uma taça de vinho que, “conscientemente” achamos que em nada altera nosso comportamento no trânsito, por outro lado, sabemos que existem pessoas muito sensíveis que, com o mínimo teor alcoólico, ficam alteradas, como alterada fica sua conduta no volante, expondo-se e expondo outros ao risco de graves acidentes.

Sempre tomei uma taça de vinho durante o almoço, por prazer e para prevenir doenças coronarianas, seguindo orientação de meu bom e amigo cardiologista.

Agora, meio chateado mas, certo de que a lei seca trás mais benefícios, para todos, do que a privação de meu bom vinho durante o almoço, mudei meu velho hábito.

É à noite ou, na volta do restaurante, quando chego em casa, que o vinho será tomado, com o mesmo prazer de sempre e, na certeza de que nenhuma mudança haverá no meu comportamento na direção do veículo, que possa vir a trazer tristeza para muitos.
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