28 de mai. de 2009

QUE MACACO?



por Luiz Rogério de Carvalho


A desfaçatez, com que muitos políticos brasileiros tentam justificar irregularidades por eles praticadas só é comparável aos depoimentos de marginais, quando interrogados pela autoridade policial.

Ainda hoje, vi e ouvi o senador José Sarney, presidente do Senado, interrogado por um repórter sobre o fato de que vários senadores, embora morando em apartamentos funcionais, pagos pelo Senado, estavam recebendo auxílio moradia. Ele, que tem residência própria, tentando se desculpar para o repórter e a opinião pública, disse que iria devolver o valor recebido irregularmente, e que nem sabia que esse valor, três mil e oitocentos reais, vinha sendo depositado em sua conta.

É do conhecimento de todos que os órgãos públicos, ao pagar seus servidores, em formulário especial descriminam todos os valores pagos.

Esta desculpa esfarrapada lembrou-me do excelente humorista brasileiro, José Vasconcelos que, em suas apresentações, entre as engraçadas estórias e piadas, contava a de um larápio que, ao ser surpreendido por um policial, quando furtava um macaco hidráulico e o levava às costas, tentando livrar-se do flagrante, quando lhe foi dito que estava preso porque furtara um macaco, disse simplesmente: que macaco? Não furtei nada, tire esse bicho das minhas costas.


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