20 de ago. de 2007

FLORIANÓPOLIS, O PARAÍSO

Ponte Hercílio Luz / foto de Flávio Oliviera


por Luiz Rogério de Carvalho


Aposentado, vindo do interior do Estado, moro na cidade de Florianópolis, no lindo Bairro de Coqueiros onde, além de curtir, extasiado, as belezas naturais das “Praia da Saudade”, “Praia do Meio”, “Itaguaçú” e “Bom Abrigo”, sempre ouço, no rádio e na televisão, assim como também leio nos jornais, que Florianópolis é a mais bela e atraente capital brasileira, a que oferece a melhor qualidade de vida.

Bela e atraente, sem dúvida, a capital catarinense é. Suas mais de quarenta lindas praias, da ilha e do continente, e uma topografia privilegiada fazem desta cidade, um cartão postal capaz de encantar qualquer visitante.

Os visitantes, especialmente aqueles que moram em grandes capitais, sufocados com a poluição, com a insegurança, com o trânsito, congestionado e desumano, desejosos de encontrar o lugar ideal para morar, e pensando no melhor para os seus filhos, muitas vezes levados também pela propaganda, voltando para as suas cidades, muitos tem buscado um meio de mudar para Florianópolis, para viver neste paraíso, abençoado pela natureza com tantas belezas, e lindos ocasos.

Entretanto, esta cidade, que tem nas belezas naturais seu principal atrativo e, por isso, de tão divulgada, hoje já é o refúgio de brasileiros de todas as partes, também sofre por ser bela e encantadora; parte da construção civil vendo na expansão imobiliária grandes possibilidades de negócios, ao lado do progresso que promove, também tem sido a grande vilã na degradação do meio ambiente, e do crescimento desordenado. Para tanto, muitos não se pejam e, para a construção de obras inadequadas e irregulares, que agridem o meio ambiente, ferindo a legislação ambiental, apóiam-se em políticos e servidores públicos corruptos, na ânsia do enriquecimento.

É o que vem acontecendo, ao longo de vários anos, com construções irregulares, aprovadas por funcionários e vereadores desonestos e corruptos que, longe de exercer suas funções na defesa do bem público, aliam-se a “empresários” inescrupulosos que, nenhuma preocupação têm com o desenvolvimento ordenado e o bem estar social.

Felizmente, com a operação “moeda verde”, desenvolvida pela Polícia Federal, Ministério Público e, hoje, também a Câmara de Vereadores de Florianópolis, e na expectativa de que o Judiciário também fará a sua parte, temos a esperança de que a situação se modifique, e a lei passe a ser respeitada, para que nossa capital, apesar dos danos ambientais já sofridos, possa ter, daqui para frente, condições de crescimento disciplinado, respeitada a legislação, especialmente a ambiental, para que sejam preservados os mangues e as áreas verdes de preservação permanente, pois, só assim, teremos condições de dizer que vivemos numa capital que, além da qualidade de vida, também se destaca pelo respeito à lei e ao meio ambiente, com vista à melhor qualidade de vida da população que aqui já vive, e também daqueles que, atraídos pela propaganda, para aqui acorrem.

4 de ago. de 2007

SAUDAÇÃO À BANDEIRA



por Luiz Rogério de Carvalho


Para saudar-te, não tenho a pretensão de fazê-lo com o colorido das frases lapidares do poeta, mas sim, com palavras singelas de um modesto obreiro, e com a sinceridade de seu discurso, que procura representar o sentimento pátrio deste grupo de homens livres, aqui reunidos.

Saúdo-te, Bandeira do Brasil, reafirmando, nesta homenagem, nossa lealdade e fidelidade, desejando que as cores que ostentas sejam o símbolo do que almejamos para o nosso país.

Que o branco, símbolo da paz, jamais seja manchado pelo sangue, na guerra fratricida, nem com a sanha expansionista e hegemônica que, a pretexto de salvaguarda internacional, quase sempre escondendo objetivos econômicos inconfessados, levam paises a guerras injustificadas, com a perda de milhares de vidas de seus filhos.

Que o amarelo, que representa o potencial econômico e a riqueza de nosso país, seja símbolo também da prosperidade nacional, com essa riqueza melhor distribuída entre os brasileiros, e não concentrada numa minoria privilegiada, como acontece atualmente, o que coloca o Brasil na condição de um dos paises que apresenta a maior distância entre a pobreza e a riqueza, na vergonhosa posição de um dos campeões do mundo na concentração de renda, e da conseqüente injustiça social.

Que o verde de nossas florestas, assim como os mananciais naturais que, diretamente, influem na qualidade de vida dos brasileiros, sejam também respeitados, para que possamos deixá-los, como legado, às gerações que nos sucederem.

Que esse verde de nossas matas, teimosamente ainda existentes, seja também o símbolo da esperança, de que os homens públicos, especialmente aqueles eleitos com propostas progressistas e honestas, sejam coerentes depois da sua chegada ao poder, e desempenhem suas atividades, voltados para os sãos interesses da pátria e da coletividade, e não façam da função pública, para a qual foram eleitos, um meio de realização de interesses, meramente pessoais.

Salve Bandeira do Brasil, símbolo augusto da paz que, reverenciada por um povo bom e generoso, representa a esperança de um futuro melhor para todos os brasileiros, no país que sonhamos para nossos filhos, onde a riqueza seja bem distribuída e a desigualdade social deixe de ser a raiz da insegurança, que atormenta toda a sociedade.

Bandeira do Brasil, que paira altaneira, e tem sido sempre estímulo e inspiração do soldado, na defesa da pátria, receba neste instante, dos obreiros da paz, aqui reunidos, a reafirmação de nosso compromisso, de que na defesa da ética, da honra, da moral e da razão, máxima do nosso ideal, jamais nos afastaremos deste caminho, para honrar-te, e defender tudo o que representas.

Finalizando, Bandeira do meu Brasil, saúdo-te, também, com o verso patriótico de Castro Alves:


“AURIVERDE PENDÃO DE MINHA TERRA
QUE A BRISA DO BRASIL BEIJA E BALANÇA,
ESTANDARTE QUE À LUZ DO SOL ENCERRA
AS PROMESSAS DIVINAS DA ESPERANÇA”

1 de ago. de 2007

A VIDA...



por Luiz Rogério de Carvalho


Consternados, choramos quando a morte nos leva um ente querido, pois, mesmo sendo o fim de todos e, talvez, a única certeza que temos na vida, a dor que sentimos na perda é incomensurável, e consolar é apenas uma tentativa que fazemos, na esperança de aliviar a dor de quem padece.

Entretanto, ao longo de nossa caminhada, as perdas, por mais tristes e dolorosas que sejam, representando ferimentos que deixam profundas cicatrizes, têm no tempo, que é nosso aliado, o bálsamo milagroso, o melhor remédio para todos os males.

Com o passar dos anos, embora sentindo saudades, vamos acostumando com a nova realidade, e a vida vai reencontrando seu caminho, e restabelecendo seu ritmo normal.

Não nos conformamos, entretanto, porque não podemos refazer, é com a interrupção de uma vida jovem, que uma morte prematura implacavelmente interrompe, fazendo desaparecer, para sempre, todos os sonhos e projetos.

Era a esperança de viver muito, para viajar, conhecer muitos lugares e fazer novos amigos, de acompanhar o crescimento e a realização dos filhos, sentindo neles sua própria realização, ter a família aumentada com o nascimento dos netos, e neles ver a continuação da sua vida e, então, já na velhice, poder olhar para trás e dizer: foram longos, belos e pródigos os anos de minha vida, apesar das vicissitudes que também concorreram para torná-la ainda mais interessante.

Entretanto, a realidade, com sua cara muitas vezes cruel, se nos apresenta bem diferente daquela com que sonhamos viver, pois acima de nossa vontade, temos de admitir que estão desígnios superiores, bem mais fortes que nosso desejo de ser e de continuar feliz, ao lado da pessoa que amamos.

EDUCAÇÃO E CIDADANIA


por Luiz Rogério de Carvalho


Hoje saí de casa para ir ao Banco. Caminhando na calçada, logo tive de mudar o caminho e andar pela rua, correndo o risco de ser atropelado, porque um carro estava estacionado sobre a calçada, impedindo a passagem dos pedestres.

Um guarda de trânsito estava advertindo a jovem motorista, bonita e vistosa, de que ela seria multada pela infração praticada. Para meu espanto, ouvi a moça perguntar ao guarda, se era proibido estacionar sobre a calçada.

Saindo dali, a poucos metros de distância, atravessando a rua, na faixa de segurança, fiz sinal para um motorista, que vinha em velocidade excessiva, para que reduzisse a marcha, pois eu estava atravessando. Novamente fui surpreendido, desta vez, pela buzina do motorista, que xingou, como se eu estivesse errado, atravessando na faixa, e ele correto, na sua alta velocidade, e ignorando a faixa de segurança.

Há poucos dias, andando pela rua, encontrei dois jovens aparentando idade entre 15 e 17 anos. Do outro lado da calçada, eu os observava.
Andando, conversavam, e um deles com uma latinha na mão, tomava seu refrigerante, com um canudinho. De repente, observei, que sem a menor preocupação ele jogou lata e canudinho na calçada, bem próximo de uma lixeira.

Então, fico pensando, não será o nosso mal distribuído desenvolvimento econômico, acompanhado da conseqüente injustiça social, fruto também de uma sub cultura, da falta de educação em geral, cuja superação é indispensável para que atinjamos o nível de países desenvolvidos? Penso que sim. E essa mudança, necessária no comportamento das pessoas, deve abranger toda a sociedade.

Os adultos, já acostumados com a prática de atos irregulares, como se fossem corretos, para esses, não vejo outro meio de corrigi-los a não ser por meio de dura repressão, com multas, que sejam sentidas diretamente no bolso.

Penso, ainda, que uma mudança de hábitos, mais significativa e permanente só se conseguirá com uma educação eficiente, numa escola que transmita não apenas conhecimento, mas também que ensine às crianças, já na primeira fase escolar, seus direitos e deveres de cidadão.

USINAS HIDRELÉTRICAS


por Luiz Rogério de Carvalho


Ao relutar em ceder às pressões e irritação do Planalto, para conceder licença ambiental para a construção das duas usinas do Complexo Rio Madeira, em Rondônia, uma obra que, além dos benefícios, também poderá vir a causar um enorme prejuízo para o meio ambiente da região, e para o eco sistema de modo geral, a ministra Marina Silva mostrou uma real preocupação com as graves conseqüências que uma aprovação apressada pode produzir.

Foi por uma decisão apressada, com base num estudo de impacto ambiental fraudado, certamente com a conivência de funcionários corruptos, a serviço de empreiteiras, que a usina Barra Grande, em Santa Catarina, foi construída, inundando mais de 6.000 ha de florestas, sendo que mais de 2.000 ha constituídos de floresta primária de araucárias, a maior reserva do sul do país, numa extensão de quase 100 quilômetros, na serra catarinense.

O crime ambiental perpetrado naquela região foi de proporções gigantescas, causando um dano ecológico que jamais será reparado.

Além da floresta nativa, mata ciliar, milhares de araucárias, remanescentes de uma espécie praticamente em extinção, grande parte da vida selvagem, de muitas espécies, que era abrigada pela mata, também sofreu golpe mortal, pois sem abrigo e alimento, o destino fatal foi o completo desaparecimento.

Portanto, ligando os fatos, pela semelhança, é fácil imaginar as pressões políticas que a ministra deve ter sofrido, diante do projeto de construção das duas usinas, Santo Antônio e Jirau, cujo investimento está estimado em mais de 20 bilhões de reais.

Para as empreiteiras e outros “interessados”, cujo principal objetivo é o lucro e a “vantagem”, não importa que a construção represente ameaça de desaparecimento de inúmeras espécies de peixes, principais fontes de alimento da região, que inunde enormes áreas de florestas, fazendo desaparecer importantes espécies da fauna e da flora local.

Por isso, mesmo diante da urgente necessidade que o país tem de aumentar sua capacidade de energia hidrelétrica, a resistência da ministra, de somente ceder licença ambiental depois de profundo e sério estudo do impacto ambiental naquela região amazônica, deve merecer respeito, apoio e o aplauso de toda a sociedade.