1 de ago. de 2007

A VIDA...



por Luiz Rogério de Carvalho


Consternados, choramos quando a morte nos leva um ente querido, pois, mesmo sendo o fim de todos e, talvez, a única certeza que temos na vida, a dor que sentimos na perda é incomensurável, e consolar é apenas uma tentativa que fazemos, na esperança de aliviar a dor de quem padece.

Entretanto, ao longo de nossa caminhada, as perdas, por mais tristes e dolorosas que sejam, representando ferimentos que deixam profundas cicatrizes, têm no tempo, que é nosso aliado, o bálsamo milagroso, o melhor remédio para todos os males.

Com o passar dos anos, embora sentindo saudades, vamos acostumando com a nova realidade, e a vida vai reencontrando seu caminho, e restabelecendo seu ritmo normal.

Não nos conformamos, entretanto, porque não podemos refazer, é com a interrupção de uma vida jovem, que uma morte prematura implacavelmente interrompe, fazendo desaparecer, para sempre, todos os sonhos e projetos.

Era a esperança de viver muito, para viajar, conhecer muitos lugares e fazer novos amigos, de acompanhar o crescimento e a realização dos filhos, sentindo neles sua própria realização, ter a família aumentada com o nascimento dos netos, e neles ver a continuação da sua vida e, então, já na velhice, poder olhar para trás e dizer: foram longos, belos e pródigos os anos de minha vida, apesar das vicissitudes que também concorreram para torná-la ainda mais interessante.

Entretanto, a realidade, com sua cara muitas vezes cruel, se nos apresenta bem diferente daquela com que sonhamos viver, pois acima de nossa vontade, temos de admitir que estão desígnios superiores, bem mais fortes que nosso desejo de ser e de continuar feliz, ao lado da pessoa que amamos.

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