22 de out. de 2007

A ARTE DE SER FELIZ



por Mauro Roberto Cunha - Outubro/1964 - (In Memoriam)


NASCER, VIVER e MORRER – imperativo da natureza que tem acompanhado a marcha da humanidade na consecução de seu fim, estabelecido pelo Criador.

As plantas brotam da terra, reproduzem-se e murcham. Os animais procriam, proliferam a espécie, e desaparecem no mesmo anonimato em que nasceram.

O homem, entretanto, se tem idêntico princípio e o mesmo fim, se vem do pó e ao pó retorna, é o único ser vivo a quem foi dada a bela e difícil tarefa de VIVER. Viver, em sua acepção mais ampla, não significa anteceder a morte, mas tem um sentido que muitas vezes escapa à medida comum de nossos sentidos, de nossa percepção consciente.

VIVER é lutar sem, contudo, deixar escravizar-se pelos louros da vitória ou pela humilhação da derrota. É combater o vício praticando a virtude. É proteger os fracos sem tornar-se poderoso.

VIVER é semear o amor sobre a terra para que as gerações alimentem-se de seus frutos. É ver no Belo e no Perfeito um estímulo, mas jamais pretender igualar-se a eles. Viver é o mesmo que pisar no mundo sendo senhor de seus passos, contemplar o infinito sem prostrar-se à incredulidade.

VIVER é enfim, nascer todos os dias, para si mesmo e para a vida, descobrindo e valorizando o tesouro que há em cada uma de nós.

É nesse complexo sistema de atos em que o fenômeno humano atua com força criadora, porque uma lei colocou no homem um enigmático tesouro jacente e mandou que ele o descobrisse, medindo seu valor, avaliando sua extensão e projetando-o multidimensionalmente .

E quem agiu de acordo com a vontade dessa lei, terá cumprido a sua inalienável missão, terá acendido sobre a terra uma centelha de eternidade. Terá conseguido desvendar, finalmente, o segredo da verdadeira ARTE DE SER FELIZ.

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